O tom da praia da Figueira no Outono


Alegre-se honestamente por aquilo que tem, páre de remoer naquilo que não tem, a vida vai saber-lhe melhor. Quantas vezes já lemos isto? No Facebook agora reina a mania das citações. Os murais individuais, e, por consequência, o do feed colectivo estão mais carregados de dizeres do que as paredes dos edifícios em Portugal após o 25 de Abril! Eu também já dei o meu contributo. Não que tenha subido na wall citações desenhadas com fontes bonitas mas porque partilhei algumas.  Adiante. Se eu pudesse descer a rua todos os dias do ano, dar um pulo à beira-mar, servir-me de uma colherada de sol, do meu tempero de água e sal e regressar, nem me ouviriam queixar sobre o que não tenho e quero ou sobre o que quero e não posso ter. Outubro na Figueira da Foz, observem a superfície intocada daquela areia lambida pelo mar: nem uma pegada de ave se adivinha, até parece que estamos nos confins do mundo e que não há ninguém por ali...


A quem teria pertencido esta bota? Que homem a calçou e descalçou? Que léguas submarinas navegou até ser atirada para a praia pelas ondas? 


Encontrei um coração de conchas com um C dentro. C de coração, C de concha, C de calor. C de copiar e por isso copiei a ideia e deixei o coração menos só, acompanhado por um outro, em tons de azul. Pela noite dentro a maré vai subir, engolir os dois, apagar esta história.



Entre a vida e a morte: quatro cachorros vivaços habitam a praia de Buarcos desde há uns tempos, a mãe não coube na fotografia, nem o quarto filhote; um pássaro fechou as asas para sempre e jaz inerte sobre as areias.  Muito esquivos, os cachorros não me deixaram aproximar, enquanto a mãe ladrava o mais que podia para me intimidar, inofensiva. Enquanto houver pessoas por ali a comida vai aparecendo. E quando chegar o Outono a sério e o Inverno de verdade? Tornar-se-ão caçadores de gaivotas ou comedores de peixe?!Já alertei a Associação de Protecção dos Animais da Figueira da Foz. Mas eles continuam lá, sérios candidatos a cães vadios. Um deles está magriço, percebem-se as costelas. Ninguém poderá fazer nada por eles? Amanhã vou deixar-lhes comida, se der um pulo à praia, ao fim da tarde.

Comentários

  1. Minha querida Tuga, lindas imagens! Linda a sua Figueira da Foz.., oras pois pois! haha Belíssimo texto ! Eu é que vou para aí! Beijos querida amiga Linda semana e aproveite seu "verãotono"!

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