Há lixo para dar e até vender



Diz-se que o que é lixo para uns, pode ser um tesouro para outros
Justin Gignac é um artista de Nova Iorque e é também empresário. Decerto também já ouviram dizer que o empresário, para o ser, tem de ser capaz de assumir riscos, assumir experiências novas, testar os limites da sua capacidade. Ou que tem de estar atento às oportunidades que o mercado oferece, identificar uma oportunidade, ter olho! Para isso ele deve conhecer o ramo de actividade em que trabalha, estar sintonizado com a mudança, o momento, manter-se a par da evolução, da informação, das tendências, ganhar experiência e saber se não os tiver já! Quando penso na ideia que Justin Gignac teve eu vejo mais um empresário de sucesso do que um artista, mas com isto até acho que lhe estou a dar mais valor. Ele apostou em vender o lixo, sim, Justin está a vender o lixo de Nova Iorque !!!Ele começou a vender lixo em 2001, depois de um colega de trabalho o ter desafiado. Este projecto surgiu no âmbito das suas experiências com o design de embalagem. Será que a embalagem é decisiva para motivar a compra do consumidor? Será que tudo pode ser vendido desde que bem embrulhado? E porque se deixam embrulhar as pessoas em tantas compras sem sentido? Com papas e bolos se enganam os tolos! Mas eu não sou tola a até comprava um pacotinho de lixo ao Justin pois acho a ideia muito engraçada. Olhando ao seu redor ele viu lixo e achou que podia provar o seu ponto de vista. Empacotou-o e colocou-o à venda. O negócio não demorou a florescer. Onze anos depois, mais de 1.300 cubos de lixo NYC foram vendidos e agora residem em 29 países ao redor do mundo.
Além de estar a vender o lixo de Nova Iorque, Gignac também produziu um número de cubos de edição limitada que incluem lixo da  Convenção Nacional Republicana, Dia da Abertura do Yankee Stadium, da véspera de Ano Novo na Times Square, da inauguração do mandato político de Obama e até mesmo Dia de São Patrício em Dublin, Irlanda. Com os seus cubos de acrílico transparente , Justin está a perpetuar a memória de certos eventos e espaços e até a contribuir para a diminuição de lixo à face do planeta...ou pelo menos a mudá-lo de lugar. Em vez de ir parar à lixeira ou à reciclagem, ele regressa a casa. O valor das coisas depende muito da ligação afectiva que estabelecemos com elas, o que é lixo para uns, pode ser um tesouro para outros!

A utilização do lixo de forma criativa tem muitos exemplos e alguns aproximam-se da verdadeira expressão artística. 


Ann P. Smith cria esculturas de equipamento electrónico estragado, com aspecto mecânico.

Sayaka cria esculturas com restos de metal e plástico.

Robert Bradford recria esculturas com brinquedos descartados.

Bernard Pras cria fantásticas instalações com toda a espécie de resíduos!


Ha Schult : para conhecer o seu trabalho, veja o video!

 


Já agora, sabe qual a diferença entre os termos RECICLAGEM e REUTILIZAÇÃO? Costumam ser usados sem grande exactidão mas isso não quer dizer que não saibamos do que estamos a falar e por regra sempre nos entendemos. Mas vale a pena recordar:

RECICLAGEM -  reaproveitamento de materiais que sofrem uma transformação que os recupera para serem matéria-prima para um novo produto. Eles voltam ao seu estado original e podem dar lugar a um produto igual ao que existira antes. Os mais comuns são o papel, o vidro, o metal e o plástico.

REUTILIZAÇÃO - utilização de um produto mais do que uma vez, quer para o mesmo fim ou outro.  Através da reutilzação estamos a aproveitar matéria prima que de outra forma seria descartada. 

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